HIGIENIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES: ENTENDA O PROCESSO

HIGIENIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES: ENTENDA O PROCESSO

Entenda a importância da higienização hospitalar e o processo de limpeza

A higienização de equipamentos hospitalares, é essencial para garantir a segurança e a saúde de pacientes, familiares e profissionais (médicos, enfermeiros, entre outros, que atuam de forma direta nesta área).

No conteúdo a seguir, você entenderá melhor, quais são as etapas para a higienização de equipamentos hospitalares e saberá como funciona este processo.

 

Artigos hospitalares

 

São os instrumentos utilizados na assistência à saúde. A RDC nº 15 conceitua também, os artigos conforme sua criticidade, dividindo-os em: críticos, semicríticos e não críticos. Isso vai interferir diretamente no seu processamento, pois cada artigo terá o processamento de higienização conforme sua necessidade.

 

Artigos críticos:

O material crítico é aquele que entra em contato direto com sangue ou cavidades corporais. Portanto, a limpeza desses objetos consiste em lavar e esterilizar para serem utilizados por outro paciente.

Dentro da divisão dos materiais críticos, ainda existem os “críticos de formação complexa”. Sendo assim, esse tipo de material possui luz interna em um canal inferior a 5mm, além disso, possuem articulações e reentrâncias. Esse instrumental precisa ser lavado manualmente, complementado com higienização automatizada em um sistema de lavagem por ultrassom e conectado a um sistema de limpeza de lúmen (luz) para garantir total eficiência.

 

Exemplo: Instrumentais cirúrgicos.

 

Artigos semicríticos:

São aqueles que vão entrar em contato com a pele não íntegra do paciente ou com mucosa íntegra. Exemplo: Materiais de oxigenoterapia.

 

Artigos não críticos:

Por fim, temos os artigos não críticos. São aqueles que vão entrar em contato apenas com a pele íntegra do paciente, ou que não entram em contato direto com o mesmo. Exemplo: termômetro.

 

Conheça as etapas de higienização de equipamentos hospitalares

O processo de higienização de equipamentos hospitalares se dá a partir de três etapas importantes, dependendo da criticidade de cada material (crítico, semicrítico e não crítico): Limpeza, desinfecção e esterilização. Assim sendo, conheça cada uma dessas etapas a seguir:

 

Limpeza: é possível reduzir a carga microbiana através de ação mecânica, química ou física.

Desinfecção: reduz a carga microbiana e elimina alguns microrganismos, exceto bacilos esporulados.

Esterilização: elimina todos os microrganismos, inclusive os bacilos esporulados.

 

O processo de limpeza é feito em todas as etapas, inclusive desinfecção e esterilização. Dessa forma, a higienização deve ser minuciosa e eficiente.

 

Dicas úteis para a higienização de equipamentos hospitalares

As boas práticas ajudam todos os processos e etapas a obterem sucesso. Veja alguns deles:

• Controlar estritamente o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Os principais são as luvas (utilizadas em todos os procedimentos), aventais ou mantos (indicados quando há perigo de emissão de fumaça ou fluidos corporais) e máscaras (utilizadas no caso de contato com secreções);

• Atendimento aos padrões de qualidade e certificação para garantir a segurança do processo;

• Treinamento e qualificação de todos os colaboradores que realizam a higiene hospitalar. A maior parte do sucesso desse processo é responsabilidade da equipe.

• Desenvolver procedimentos operacionais padrão (POP), que especificam cada atividade a ser executada.

 

 

Regulamentação da ANVISA

Obrigatoriamente, no Brasil a regulamentação da ANVISA seguida para os processos de limpeza hospitalares é a RDC nº15, de 2012. Dessa forma, essa regulamentação é a base para o processamento de produtos para a saúde hospitalar.

 

Esse conjunto de normas tem por objetivo, estabelecer requisitos de boas práticas para a operação de produtos de saúde seguros, que atendam aos pacientes e profissionais envolvidos.

 

ANVISA – Critérios de análise

Na inspeção de limpeza hospitalar, os principais critérios avaliados pela ANVISA incluem:

• Avaliação no ambiente: avalie o ambiente de cada hospital de acordo com a criticidade do hospital (ou seja, o risco de poluição que ele oferece). Portanto, alguns exigirão procedimentos e limpeza mais rígidos, enquanto outros exigirão procedimentos menos rígidos.

• Equipamento de proteção individual (EPI): o EPI é essencial para o pessoal envolvido em atividades que podem trazer certos riscos (como a limpeza do ambiente hospitalar).

• Controle de poluição: a agência avaliará o uso de produtos e materiais para orientar o controle no ambiente de patógenos específicos.

• Planejamento e projeto estrutural: toda a organização das atividades de limpeza também deve ser avaliada pela ANVISA, e a definição do pessoal responsável por cada tipo de limpeza deve ser determinada.

• Método e frequência: o departamento de gestão do hospital deve determinar o método e a frequência de cada procedimento de limpeza. A ANVISA também vai analisar o projeto.

• Padronização dos métodos de limpeza: os métodos de limpeza devem ser padronizados de acordo com a estrutura da organização, o número de funcionários e outros fatores.

 

Além disso, a ANVISA também analisará a eficácia e procedência dos produtos de higienização, o registro dos desinfetantes e o armazenamento dos produtos e itens de limpeza.

 

Maiores dificuldades para manter uma higienização de equipamentos hospitalares

Uma das maiores dificuldades para manter uma limpeza hospitalar eficiente, é a qualidade técnica, portanto, compromisso, capacitação profissional e obediência às normas e regulamentações da RDC nº15.

 

Ao se referir aos equipamentos de saúde, poucos hospitais fazem a qualificação destes equipamentos, que se dá através da simulação do pior cenário do centro de saúde, com uma carga microbiana específica.

 

E, além disso, existem alguns equipamentos que possuem limitações de processo, não sendo suficientes para reproduzir um resultado adequado. A atenção no teste dos indicadores de processos também é muito importante, porque, se a pessoa escolher um teste pouco eficiente, também irá afetar a qualidade final.

 

Sendo assim, para alcançar uma alta eficiência na higienização hospitalar, é fundamental ter profissionais conscientes para realizarem o processo de limpeza. Portanto, esse profissional precisa ser bem orientado para conseguir fazer um bom trabalho e aliar os indicadores de processo, a qualidade técnica (profissionais capacitados) e eficiência do equipamento, para conseguir bons resultados e higienização eficiente.